terça-feira, 17 de agosto de 2010

Como usar os novos recursos midiáticos para uma educação de qualidade, eis a questão!
Já é vasta literatura de apoio ao trabalho do professor com as tecnologias e mídias educativas. São revistas especializadas, livros e encantadores planos de aula, com teorias bem fundamentadas e sugestões de práticas adaptáveis ao nível e realidade sociocultural dos alunos. Essas publicações orientam o caminho para as novas práticas, visando diminuir a dificuldade com que muitos educadores encaram a necessidade de um trabalho inovador.

Mas, devemos reconhecer que nem sempre é fácil colocar a mão na massa: o professor depara com suas dificuldades e o mesmo acontece com os alunos. Como mencionou o texto Integração de mídias e reconstrução de prática pedagógica, da Profª Maria Elizabette Brisola Brito Prado, “o processo de reconstrução da prática não é simples”. Quando as mudanças incluem as mídias, pode-se perder o valor pedagógico em função das dificuldades operacionais. É aí que aumenta a responsabilidade do professor, pois, em face dos percalços aos quais os projetos estão sujeitos, cabe a ele a recondução do trabalho ao eixo dos parâmetros curriculares, pois esse é um compromisso irrefutável da escola.

Escolas públicas de todo o país encontram-se equipadas com pelo menos alguns equipamentos que possibilitam o trabalho com mídias, em geral, computadores com Internet, aparelho de DVD, filmadora.  Surge assim a necessidade da abertura para  novas aprendizagens e mudanças na atuação do professor, dentre elas, com o desenvolvimento de projetos interdisciplinares.

Muitas vezes, o professor tenta conciliar as novas mídias ao seu método tradicional de ensinar, resultado de anos e anos de atuação, mas como se fosse um complemento, um apêndice e não como uma incorporação das mídias à prática pedagógica. Em geral, a tendência é o professor continuar seguindo a fórmula que tem dado certo. Afinal, se o aluno aprende além do esperado, o saldo é positivo e o trabalho parece vitorioso. Mas incorporar as tecnologias ao ensino tornou-se tão importante que não usá-las é como se fosse negar que o mundo mudou, que as máquinas estão em todo lugar a serviço do homem, criadas para assessorá-lo em seus saberes e afazeres. Foram construídas pelos homens a partir de suas necessidades e, principalmente, de sua inteligência e dom criativo. Integrá-las à escola é assimilar que fazem parte da vida do homem moderno e que estão a serviço do conhecimento e da criatividade humana. O aluno que ali está não pode se desenvolver alijado desse processo, como se vivesse em um mundo que já não existe mais, que é coisa do passado. 

Não é só a forma de trabalhar os conteúdos que vem se modificando. Os saberes também estão se moldando às novas perspectivas. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, transformou as tradicionais disciplinas do ensino médio (antes separadas em compartimentos), em competências e habilidades, aliadas ao saber tecnológico. São elas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias. Podemos concluir a importância atribuída à tecnologia aplicada à educação.

O Ministério da Educação -MEC e as Secretarias de Educação formam uma verdadeira força tarefa empenhada em ampliar o acesso do aluno às tecnologias e capacitar os professores para esta frente de trabalho. A escola, por sua vez, é o ambiente prioritário para o desenvolvimento intelectual da pessoa, propiciando que seja capaz de pensar, questionar, atuar, ampliar os seus conhecimentos e continuar criando. Já o professor precisa estar apto a utilizar as novas mídias em suas aulas, com predisposição e naturalidade. O trabalho em equipe com projetos interdisciplinares é um ótimo momento para a integração das tecnologias aos conteúdos pedagógicos.

Frente aos novos recursos e mídias educativas, cabe ao professor algumas competências e saberes como a capacidade de planejar, estabelecer objetivos e metas, avaliar sistematicamente o trabalho, replanejar quando necessário e avaliar, sempre propondo questionamentos e reflexões. Saber usar esses recursos como ferramentas pedagógicas implica também em capacidade de inovação por parte do professor. Uma nova dinâmica na aprendizagem faz com que alunos e professores estejam mais integrados e as experiências fluem com naturalidade, tornando mais agradável o ambiente escolar e mais propício ao conhecimento.

Ana Lúcia 

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